Refletindo

Refletindo

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Desde os anos 70 do século passado que, em Minas Gerais, se discute a volta da disciplina Filosofia ao Ensino Médio.

A questão da utilidade da filosofia é tão antiga quanto estrutural. Pensamos que cada geração de professores deve estar preparada para responder a esta pergunta de modo sério e vigoroso: para que serve a filosofia?

Seja nos anos 70 do séc. XX, no Ministério da Educação em Brasília, seja no início do séc. V a.C., na ágora da antiga Atenas, a mesma questão é retomada obstinadamente, ou seja, a pretensão filosófica ao saber tem que legitimar sua inserção na cidade, perante os saberes técnicos e utilitários que predominam na mentalidade operante da construção material da vida comum, assim como da racionalidade eficaz da vida política e jurídica.

Retomamos o tema pelo viés socrático: a prática do filosofar vale não só pelo bem em si que ela significa, mas também pelos resultados que proporciona (República II). A filosofia é útil e sua utilidade decorre do seu efeito pedagógico e de sua força educadora, necessária para a humanização do ser humano, necessária para que se possa construir uma consciência autônoma, um estado de direito, em suma, uma cidade justa.

Não há nenhuma razão para perpetuarmos a imagem derivada de uma leitura rápida da Metafísica de Aristóteles, segundo a qual o filósofo seria um indivíduo totalmente desinteressado, que estaria acima das solicitações do interesse e do desejo humanos. Não devemos e nem precisamos contrapor filosofia e vida prática interessada. Na verdade, os antigos gregos nos ensinaram que a racionalidade é simultaneamente prática e teórica; e se a prática racional é o domínio dos fins, da busca e realização dos valores, não faz sentido idealizarmos de maneira abstrata e irrealista uma atividade tão decisivamente humana, como se ela fosse supérflua e inútil, ou seja, como se ela não tivesse conseqüências para a vida.

Para decidirmos da suposta inutilidade da filosofia é preciso que se estabeleça o que entendemos por “útil”. Se pensarmos num plano bastante elementar, do instrumento mecânico, que é útil exclusivamente pelo resultado imediato que proporciona (como usar um martelo para pregar um prego, por exemplo), podemos e devemos, com certeza, reconhecer a inutilidade da filosofia. Ela certamente não é um instrumento neutro, sem nenhum sentido ou interesse nele mesmo. Mas se elaborarmos um pouco mais e pensarmos numa perspectiva axiológica, de reflexão sobre os valores (éticos, estéticos, culturais, entre outros), devemos reconhecer a profunda utilidade da filosofia. Nessa perspectiva, a utilidade se transforma em relevância cultural, papel pedagógico, formação humanística, fator determinante na instauração de valores culturais, elemento construtor da cidadania etc.

O pensar filosófico é uma modalidade do desejo (que os gregos chamavam de Éros) e, enquanto tal, pode e deve ser a expressão de aspirações humanas legítimas, marcadas por interesses variados, em diversos níveis. Na perspectiva contemporânea, não podemos mais simplesmente opor afetividade e pensamento reflexivo, emoção e inteligência; sabemos que o trabalho do pensamento filosófico se enraíza nas estruturas da afetividade humana e se desenvolve junto com elas. Nessa medida, exercer o pensamento filosófico de maneira viva e autêntica é da maior utilidade para os seres humanos. A Filosofia pode propiciar crescimento pessoal e psíquico, em termos de uma maior capacidade de auto-compreensão e expressão e, ainda, levar ao desenvolvimento de uma consciência crítica e autônoma. Enquanto debate racional, ela certamente proporciona crescimento cívico, respeito pelo outro e pela diferença que representa.

Com relação à especificidade do ensino da filosofia, pensamos, ainda, nas habilidades cognitivas, reflexivas e críticas que ele desenvolve no indivíduo. Habilidades que, talvez, pudessem ser adquiridas através de outras disciplinas, mas que, na verdade, devem ser concebidas num viés propriamente filosófico. O amadurecimento da formação nas universidades demonstra que há um modo filosófico próprio de conceber essas habilidades. É preciso estarmos atentos às interfaces, mas também às diferenças que delineiam a especificidade da Filosofia por oposição tanto à Psicologia como à História, por exemplo. Nesse sentido, pensamos que é fundamental que se tente construir as habilidades na convivência com a história dos problemas consagrados pela tradição como sendo filosóficos. Dentro da perspectiva histórico-cultural própria da Filosofia ocidental, o filosofar é um modo de viver e um fazer que, a nosso ver, deve incluir as seguintes atitudes:

Perceber - A atitude filosófica implica em saber acolher e detectar questões no plano do vivido, na cultura; é preciso ser sensível aos acontecimentos, saber discernir diferenças. Trata-se de uma sensibilidade inteligente (ou de uma inteligência sensível). Não basta erudição ou acúmulo de conhecimentos, é preciso acuidade de percepção, um discernimento que se experimenta e que aprende com a experiência. Filosofar implica sempre numa atitude interpretativa, numa capacidade de leitura, tanto de textos convencionalmente filosóficos, como de outros “textos” (objetos, obras de arte, acontecimentos, imagens, eventos e produtos culturais diversos). O perceber filosófico é um modo de estar no mundo, de se ver e ouvir o outro, de captar e decifrar signos, um modo que não parte de uma suposição de saber, mas que é uma aspiração (filo-) que se orienta por uma exigência de significação (-sophia).

Problematizar – A filosofia, em geral, caracteriza-se por sua atitude de questionamento do imediatamente dado, de desconfiança das aparências e de dúvida a respeito do óbvio. Pensar filosoficamente significa questionar, confrontar problemas. Ninguém pensa de graça, nós só pensamos autenticamente se tivermos que enfrentar obstáculos: em filosofia, o impasse é condição para a passagem.

Refletir – Mas, em última análise, não basta pensar; é preciso exercer um pensar que envolva o sujeito, que volte-se sobre aquele que pensa. Nesse sentido, o pensar filosófico parte do sujeito, encontra-se com o objeto e volta-se novamente sobre o sujeito; esse percurso reflexivo, portanto, é próprio de uma tomada de consciência que vem a posteriori, de um saber crepuscular ou que acontece no depois. Nesse sentido, o pensar filosófico é especular, é implicação do sujeito no problema a ser pensado.

Conceituar - Já desde os antigos, pensar filosoficamente implica em ser poeta, no sentido grego da palavra, ou seja, implica em fabricar, produzir, criar palavras e conceitos; ser capaz de sintetizar a experiência, uma multiplicidade vivida, na direção de uma unificação conceitual. Essa capacidade sintética significa pensar de modo criativo, percebendo e produzindo cultura, inteligência e pensamento.

Argumentar – A capacidade de argumentar é uma habilidade igualmente essencial: o filósofo tem que ser capaz de defender uma posição, atacar ou criticar outras, ou seja, é preciso que ele saiba sustentar com razões a posição que adota; trata-se de justificar coerentemente o conhecimento que se pretende ter; filosofar implica, sempre, em dar razões de si mesmo e de suas tomadas de posição, para si e para o outro, é isso o que lhe confere sua dignidade.

em questão do Vestibular da UFMG em 2009.

Millôr Fernandes, publicado pela revista Veja.

Preconceito muito para frente

Toda hora eu vejo em jornais, revistas, televisão, e na rua, pessoas cada vez mais “livres” de preconceitos e... E no entanto todas estão convencidas de que a Terra gira em torno do sol. Por quê?

Pergunte a elas e elas responderão: ‘Ué, Galileu provou isso há muito tempo’. Mas provou para quem? Pode ser que tenha provado pros cientistas. O homem comum e mesmo nós, os pejorativamente chamados intelectuais, aceitamos e pronto. Sem pensar. ‘Preconceituosamente’. Como antes de Galileu aceitávamos que o Sol girava em torno da Terra. Mas, entre Galileu – de cujas ‘provas nunca tomamos conhecimento, muito menos sabemos dizer quais são – e a realidade, que literalmente salta (gira) a nossos olhos, temos que acreditar é em nossos olhos. Nossos olhos vêem, com absoluta certeza, que o Sol nasce ali (a leste, para mim no Arpoador, no momento em que escrevo às 5h43 do dia) e morre do outro lado (a oeste, para mim na Pedra da Gávea, às 7h53 da noite, girando em torno de uma terra absolutamente parada (terremotos à parte), sobre a qual caminhamos sem sentir o menor movimento.

De agora em diante, respondam com convicção: O Sol gira em torno da Terra e não quero mais papo sobre isso.

O Millôr provou.

Revista Veja 48 (Dez. 2007) p.34


Sugestão de questão

Explicar a relação entre conhecimento comum e conhecimento científico: o homem comum é preconceituoso quando acredita na ciência?

Referências:

ALVES, R. Introdução à filosofia da ciência. Introdução ao jogo e suas regras. 10a. Ed. São Paulo: Loyola, 2005.

CHALMERS, A. O que é ciência, afinal? São Paulo: Brasiliense, 1993.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Planejamento de FILOSOFIA 3° ANO ENSINO MÉDIO 3 PODERES

PRIMEIRO BIMESTRE
Planejamento de FILOSOFIA

E.E. Três Poderes

Prof. Caetano T.

Eixo: FILOSOFIA E OUTROS SABERES

a. A racionalidade cientifica

b. Teoria e experiência

c. A racionalidade cientifica e a questão da objetividade

d. Ciência e verdade

e. O método científico

Duração: 11 aulas

OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS

1. Distinguir e relacionar filosofia, religião, arte e ciência.

2. Confrontar a racionalidade filosófica e a racionalidade cientifica, através de suas rupturas e continuidades.

3. Relacionar fato, observação e teoria.

4. Relacionar experiência e experimentação.

5. Relacionar Ciência e hipótese, também ciência e verdade.

6. Distinguir e relacionar sujeito e objeto ao conhecimento.

7. Distinguir e relacionar conhecimento e subjetividade.

8. Identificar a especificidade das Ciências Humanas.

AVALIAÇÃO

1. Avaliação bimestral

2. Trabalhos individuais e em grupos

3. Leitura de livros e artigos online

4. Dissertações

5. Resenhas

SEGUNDO BIMESTRE

Eixo: OS PERIODOS DA FILOSOFIA GREGA

a. Grécia homérica

b. Grécia arcaica

c. Grécia clássica

d. Época helenística

e. Período pré-socrático ou Cosmológico

f. Período socrático ou antropológico

g. Período sistemático

h. Período helenístico

Duração: 10 aulas

OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS

1. Consolidar os conhecimentos já estudados anteriormente, acrescentando outros tópicos que ainda não tivemos tempo para aprofundar.

2. Entender que a filosofia grega representada, assim, por Sócrates, Platão e Aristóteles são fundamentais para a compreensão dos períodos posteriores.


segunda-feira, 21 de junho de 2010

O currículo é seu passaporte para o mercado de trabalho e para o sucesso profissional. É por isso que você precisa aprender a prepará-lo de forma que

"A educação é o que pode salvar o Brasil"

Aos 24 anos, Diego Bergamini coordenou a área de trade marketing da Kraft Foods; agora parte para Milão, onde cursará mestrado

Por Rômulo Martins

Ele era mais um garoto pobre que vivia na metrópole curitibana sem perspectiva de futuro. Sua mãe e maior incentivadora, Glacilene, tinha de se virar com R$ 300 mensais para sustentar o menino e a casa, isso em 1994.

Uma década e meia depois Diego Bergamini, 24 anos, acumula a experiência de chegar ao cargo de coordenador de trade marketing da indústria alimentícia multinacional Kraft Foods, em São Paulo, onde foi responsável pelo atendimento do Wal-Mart, a maior rede de supermercados do mundo.

Com visão crítica saliente e ar intelectual, agora o jovem parte para outra etapa. Vai para Milão, Itália, onde ficará por dois anos. Lá, vai cursar mestrado em Marketing Management em uma das melhores universidades do mundo na área, a Università Commerciale Luigi Bocconi, por meio de um programa do Instituto Donna Javotte Bocconi que oferece bolsas de estudo a alunos estrangeiros.

O maior responsável pela trajetória de sucesso de Diego tem nome. Ele se chama “Bom Aluno”. Foi através do programa que o menino teve a chance de romper a barreira que o separava da nata intelectual e social de Curitiba.

Mas não foi fácil adentrar nos muros do “Bom Aluno”. Como o próprio nome diz, para ingressar no projeto era preciso ser “bom”. E Diego provou que é. Ele se destacou pelo desempenho na escola municipal onde estudava e foi escolhido para receber os benefícios do programa criado pela empresa BS Colway Pneus através do Instituto Bom Aluno do Brasil (Ibab).

A partir daí o programa custeou a educação de Diego. Ofereceu material escolar, transporte, uniformes, aulas extraclasse de matemática, inglês e português, além de um curso preparatório para o ensino médio. Na segunda fase do projeto, recebeu apoio integral com escola particular, preparação para o vestibular, aulas de redação, inglês e acompanhamento pedagógico.

O resultado do esforço e dedicação não poderia ser diferente: o jovem ingressou na Universidade Federal do Paraná onde cursou Administração Internacional de Negócios. Durante a graduação, o “Bom Aluno” ofereceu a Diego curso de espanhol e outro voltado para o desenvolvimento de seu perfil profissional.

Com o término da faculdade, em 2005, o programa financiou ao jovem um coaching, curso de marketing pessoal e de administração financeira pessoal. A carreira promissora, como era de se esperar, foi consequência do investimento e da preparação.

E nem a pouca idade foi empecilho para o deslanche profissional do administrador de empresas. Diego estagiou na Volvo e na Renault do Brasil. Em 2004, ele ingressou na Kraft Foods também como estagiário na área de Business Development. Pelo desempenho, acabou sendo promovido a analista de categoria para as marcas Tang, Clight e Fresh e, um ano depois, galgou o posto de coordenador de trade marketing da companhia. A façanha não é segredo para ninguém. Chama-se educação. Sem ela, o estudante seria mais um jovem brasileiro esboçado em uma realidade preto-e-branco.

Confira trechos da entrevista concedida por Diego Bergamini ao Empregos.com.br.

O currículo é seu passaporte para o mercado de trabalho e para o sucesso profissional. É por isso que você precisa aprender a prepará-lo de forma que valorize suas qualidades profissionais. No Guia do Currículo você encontra toda a orientação necessária, com dicas e exemplos de modelos, para elaborar um currículo eficiente e atraente aos olhos dos selecionadores. Lembre-se: não há competência ou indicação que resista a um currículo mal feito. Por isso, mãos à obra!

http://carreiras.empregos.com.br/carreira/administracao/ge/curriculo/index.shtm

sábado, 19 de junho de 2010

Morre o escritor português José Saramago aos 87 anos

"O ser humano inventou Deus e depois escravizou-se a ele", disse o escritor certa vez.

Nesta sexta-feira (18), dia de sua morte, o blog traz "Pensar, pensar", uma pequena reflexão do autor sobre a sociedade atual.

- "Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma".

Os textos do blog de Saramago foram reunidos há um ano em um livro, intitulado "O caderno", que dedicou a sua esposa e tradutora, Pilar del Rio, inspiradora de sua experiência na internet.

Obras publicadas

Poesia
Os Poemas Possíveis, 1966
Provavelmente Alegria, 1970
O Ano de 1993, 1975

Crônica
Deste Mundo e do Outro, 1971
A Bagagem do Viajante, 1973
As Opiniões que o DL Teve, 1974
Os Apontamentos, 1976
Viagens a Portugal, 1981

Diários
Cadernos de Lanzarote I, 1994
Cadernos de Lanzarote II, 1995
Cadernos de Lanzarote III, 1996
Cadernos de Lanzarote IV
Cadernos de Lanzarote V

Teatro
A Noite, 1979
Que Farei Com Este Livro?, 1980
A Segunda Vida de Francisco de Assis, 1987
In Nomine Dei, 1993
Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido, 2005

Conto
Objeto Quase, 1978
Poética dos Cinco Sentidos - O Ouvido, 1979
O Conto da Ilha Desconhecida, 1997

Romance
Terra do Pecado, 1947
Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento, 1982
O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
A Jangada de Pedra, 1986
História do Cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio sobre a Cegueira, 1995
A Bagagem do Viajante, 1996
Todos os Nomes, 1997
A Caverna, 2000
O Homem Duplicado, 2002
Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
As Intermitências da Morte, 2005
As Pequenas Memórias, 2006
A Viagem do Elefante, 2008
Caim, 2009

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Comunicado Filosófico escola 3 poderes!

Olá Galera!
Eu quero parabenizar a todos da Escola Três Poderes que já entregaram os trabalhos e desejar boa sorte e bom trabalho para os outros que já estão fazendo e irão entregar me na próxima aula, sexta-feira no dia 25 de junho (obs. um dia depois do dia de São João. Então boas festas, comem canjica e tomem quentão).

Abraços, entre no blog e seja um seguidor e se alguém quiser colaborar com temas, matérias, letras de músicas, comentários etcs ficam a vontade.

P.s. aí uma foto quando estava na Alemanha.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

E.E. Afonsino Altivo Diniz - Trabalho de Sociologia

Trabalho de Sociologia Prof. Caetano Trindade

Por favor, escolha um dos temas. (Obs: o texto deve ser no mínimo 25 linhas e no máximo 50).

A – Definição de Sociologia

A Sociologia surgiu como disciplina no século XVIII, como resposta acadêmica para um desafio que estava surgindo: o início da sociedade moderna. A Sociologia tem a função de, ao mesmo tempo, observar os fenômenos que se repetem nas relações sociais – e assim formular explicações gerais ou teóricas sobre o fato social –, como também se preocupa com aqueles eventos únicos, como por exemplo, o surgimento do capitalismo ou do Estado Moderno, explicando seus significados e importância que esses eventos têm na vida dos cidadãos.

Como toda forma de conhecimento intitulada ciência, a Sociologia pretende explicar a totalidade do seu universo de pesquisa. O conhecimento sociológico, por meio dos seus conceitos, teorias e métodos, constituem um instrumento de compreensão da realidade social e de suas múltiplas redes ou relações sociais.

Os sociólogos estudam e pesquisam as estruturas da sociedade, como grupos étnicos (indígenas, aborígenes, ribeirinhos etc.), classes sociais (de trabalhadores, esportistas, empresários, políticos etc.), gênero (homem, mulher, criança), violência (crimes violentos ou não, trânsito, corrupção etc.), além de instituições como família, Estado, escola, religião etc.

Questão 1 - Quais são os “fundadores” da Sociologia? Faça a partir do texto e de suas pesquisas um resumo sintético do contexto histórico destes pensadores.

B- Trabalho

A concepção de trabalho sempre esteve predominantemente ligada a uma visão negativa. Na Bíblia, Adão e Eva vivem felizes até que o pecado provoca a sua expulsão do Paraíso e a condenação ao trabalho vem do vocábulo latino tripaliare, do substantivo tripaulium, aparelho de tortura formado por três paus, ao qual eram atados os condenados, e que também servia para manter presos os animais difíceis de ferrar. Daí a associação do trabalho com tortura, sofrimento, pena, labuta.

O tema Trabalho, é muito falado e considerado importante para a sociedade. Ele é empregado a atividades tanto de vegetais, artistas, estudantes,etc. Em épocas e classes sociais diferentes o trabalho foi exaltado ou desprezado. O trabalho já foi até considerado pelo catolicismo como uma penitência, e redenção, no protestantismo, um meio de enriquecer. Já no capitalismo, ocorre mudança em relações a teorias medievais, tendo em predominância o produtivismo, até mesmo chegando a obrigar pessoas a trabalhar, aparecem exaltadores do trabalho como fonte de riqueza. Em cada época aparecem novas táticas de utilizar o trabalho como fonte de riqueza para o mais forte, não para o trabalhador.

Questão 2 – Explique: “Pelo trabalho o homem se autoproduz”. O que distingue o trabalho não-alienado do trabalho alienado?

C- (Preconceito)

Existe um preconceito tenaz (...) e não menos corrente de que o selvagem é preguiçoso. Se em nossa linguagem popular diz-se “trabalhar como um negro”, na América do Sul, por outro lado, diz-se “vagabundo como um índio”. Então, duas uma: ou o homem das sociedades primitivas, americanas e outras, vivem em economia de subsistência e passa quase todo o tempo à procura de alimento, ou não vive em economia de subsistência e passa quase todo o tempo à procura de alimento, ou não vive em economia de subsistência e passa quase todo o tempo à procura de alimento, ou não vive em economia de subsistência e pode, portanto se proporcionar lazeres prolongados fumando em sua rede. Grande era a sua reprovação ao constatarem que latagões cheios de saúde preferiam se empetecar, como mulheres, de pinturas e plumas em vez de regarem com suor as sua áreas cultivadas. Tratava-se portanto de povos que ignoravam deliberadamente que é preciso ganhar o pão com o suor do próprio rosto. Isso era demais, e não durou muito: rapidamente se puseram os índios para trabalhar, e eles começaram a morrer. Dois axiomas, com efeito, parecem guiar a marcha da civilização ocidental, desde a sua aurora: o primeiro estabelece que a verdadeira sociedade se desenvolve sob a sombra protetora do Estado; o segundo enuncia um imperativo categórico: é necessário trabalhar. (Pierre Clastres, A sociedade contra o Estado, p. 135.)

Questão 3 – Leia o texto da questão dois sobre o Trabalho e o compare com dados os preconceitos da história do Brasil. Como a teoria se relaciona com a prática? Visite e consulte o blog http://paranalitica.blogspot.com/

o Construtivismo converteu-se em opção alternativa ao modelo de educação funcionalista nomeado por Émile Durkheim, pois que, em seu interior entrelaça

Construtivismo?

Poder-se-ia dizer, em outras palavras, que o Construtivismo seria, em todo caso, um elo que se desprendeu desse grande movimento pedagógico, cujas implicações ideológicas e culturais ainda estão vigentes nas práticas educativas de nosso tempo.

Partindo desse ponto de vista, que não só influiram na forma de pensar a educação escolar, mas também tiveram impacto no modelo da organização escolar e na dinâmica da vida cotidiana nas salas de aula dentro de contextos escolares conservadores, sobretudo nos países europeus durante a primeria metade do século XX.

Abordando-se o Construtivismo a partir de uma visão estritamente pedagógica, como corrente circunscrita ao movimento, a escola ativa, surgiu como alternativa necessária à forte presença que produziu o condutivismo radical durante o período que vai de 1950 a 1970, aproximadamente, no sistema educativo estadunidense.

Talvez, pelo fato do movimento europeu Escola Nova constituir-se numa vertente liberal e antiautoritária sem precedentes, justifique a influência da grande importância que teve em dois aspectos centrais do paradigma construtivista: de um lado, a adoção de novas aproximações teóricas produzidas pelas Psicologias da Aprendizagem e, por outro lado, a apropriação de novas maneiras de aproximação da Filosofia do conhecimento.

P.s. Sugestão do livro GOLEMAN, D.. Emotional intelligence. New York: Bantam Books, 1995. Já traduzido em português pela editora OBJETIVA.
As várias inteligências estabelecidas foram identificadas os critérios e as seguintes inteligências:
  1. Lógico-matemática - a capacidade de confrontar e avaliar objetos e abstrações, discernindo as suas relações e princípios subjacentes. Possuem esta caracaterística matemáticos, cientistas e filósofos como Stanislaw Ulam, Alfred North Whitehead, Henri Poincaré, Albert Einstein, Marie Curie, entre outros.
  2. Linguística - caracteriza-se por um domínio e gosto especial pelos idiomas e pelas palavras e por um desejo em os explorar. É predominante em poetas, escritores, e linguistas, como T. S. Eliot, Noam Chomsky, e W. H. Auden.
  3. Musical - identificável pela habilidade para compor e executar padrões musicais, executando pedaços de ouvido, em termos de ritmo e timbre, mas também escutando-os e discernindo-os. Pode estar associada a outras inteligências, como a lingüística, espacial ou corporal-cinestésica. É predominante em compositores, maestros, músicos, críticos de música como por exemplo, Ludwig van Beethoven, Leonard Bernstein, Midori, John Coltrane.
  4. Espacial - expressa-se pela capacidade de compreender o mundo visual com precisão, permitindo transformar, modificar percepções e recriar experiências visuais até mesmo sem estímulos físicos. É predominante em arquitetos, artistas, escultores, cartógrafos, navegadores e jogadores de xadrez, como por exemplo Michelangelo, Frank Lloyd Wright, Garry Kasparov, Louise Nevelson, Helen Frankenthaler.
  5. Corporal-cinestésica - traduz-se na maior capacidade de controlar e orquestrar movimentos do corpo. É predominante entre atores e aqueles que praticam a dança ou os esportes, como por exemplo Marcel Marceau, Martha Graham, Michael Jordan, Pelé.
  6. Intrapessoal - expressa na capacidade de se conhecer, estando mais desenvolvida em escritores, psicoterapeutas e conselheiros, como por exemplo, Sigmund Freud.
  7. Interpessoal - expressa pela habilidade de entender as intenções, motivações e desejos dos outros. Encontra-se mais desenvolvida em políticos, religiosos e professores, como por exemplo o Mahatma Gandhi.
  8. Naturalista - traduz-se na sensibilidade para compreender e organizar os objetos, fenômenos e padrões da natureza, como reconhecer e classificar plantas, animais, minerais, incluindo rochas e gramíneas e toda a variedade de fauna, flora, meio-ambiente e seus componentes. É característica de paisagistas, arquitetos e mateiros, por exemplo. São exemplos deste tipo de inteligência Charles Darwin, Rachel Carson, John James Audubon.
  9. Existencial - investigada no terreno ainda do "possível", carece de maiores evidências. Abrange a capacidade de refletir e ponderar sobre questões fundamentais da existência. Seria característica de líderes espirituais e de pensadores filosóficos como por exemplo Jean-Paul Sartre, Søren A. Kierkegaard, Maya Angelou, Paul Erdös, Frida Kahlo, Alvin Ailey, Margaret Mead, o Dalai Lama, Charles Darwin ou Joni Mitchell.
Fonte de pesquisa online: http://pt.wikipedia.org/wiki/Socioconstrutivismo

Sobre a concepção de aprendizagem, o autor afirma que não é possível ensinarmos sem nos determos nas referências de como os alunos aprendem, chamando


Este é o meu método empregado nas aulas de filosofia. Lendo um livro sobre "A PRÁTICA EDUCATIVA” de Antoni Zabala. Ele afirma que a finalidade da escola é promover a formação integral dos alunos, segundo Zabala, que critica as ênfases atribuídas ao aspecto cognitivo. Para ele, é na instituição escolar, através das relações construídas a partir das experiências vividas, que se estabelecem os vínculos e as condições. (ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda., 1998).

As concepções pessoais sobre si e os demais. A partir dessa posição ideológica acerca
da finalidade da educação escolarizada, é conclamada a necessidade de uma reflexão profunda e
permanente da condição de cidadania dos alunos, e da sociedade em que vivem.
Os conteúdos assumem o papel de envolver todas as dimensões da pessoa, caracterizando as
seguintes tipologias de aprendizagem: factual e conceitual (o que se deve aprender?); procedimental (o que se deve fazer?); e atitudinal (como se deve ser?).

Sobre a concepção de aprendizagem, o autor afirma que não é possível ensinarmos sem nos
determos nas referências de como os alunos aprendem, chamando a atenção para as particularidades dos processos de aprendizagem de cada aluno (diversidade). O construtivismo é eleito como concepção metodológica em virtude da validação empírica de uma série de princípios
psicopedagógicos: os esquemas de conhecimento; o nível de desenvolvimento e dos conhecimentos prévios, e a aprendizagem significativa. Baseada nessa concepção, a aprendizagem dos conteúdos apresenta características específicas para cada tipologia.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Bertolt Brecht o nosso poeta do mês

Brecht nasceu na região da Bavária (Bayer) que é uma região tipicamente católica. Ele viveu numa época muito conturbada e horrentas do século XX a primeira guerra e ascenção de Hitler e o nazismo na Alemanha.
A alienação do homem, para Brecht, não se manifesta como produto da intuição artística. Brecht ocupa-se dela de maneira consciente e proposital. Mas não basta compreendê-la e focalizá-la. O essencial não é a alienação em si, mas o esforço histórico para a desalienação do homem. Não conseguireis desgostar-me da guerra. Diz-se que ela destrói os fracos, mas a paz faz o mesmo.

Segue abaixo alguns exemplos>

A vida é curta e o dinheiro também; Bertolt Brecht

(Invervenção minha, ele tem razão no falar sigo citando leitor sem crases e olha esta...

abaixo, fecho parêntese).

AULA DE AMOR

Mas, menina, vai com calma
Mais sedução nesse grasne:
Carnalmente eu amo a alma
E com alma eu amo a carne.

Faminto, me queria eu cheio
Não morra o cio com pudor
Amo virtude com traseiro
E no traseiro virtude pôr.

Muita menina sentiu perigo
Desde que o deus no cisne entrou
Foi com gosto ela ao castigo:
O canto do cisne ele não perdoou.

Tenho muito o que fazer. Preparo o meu próximo erro.
Em vez de serem apenas bons, esforcem-se para criar um estado de coisas que torne possível a bondade; em vez de serem apenas livres, esforcem-se para criar um estado de coisas que liberte a todos!

Bertolt Brecht, dramaturgo, ALE, 1889-1956

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Tabalho de Filosofia E.E. Três Poderes

Trabalho de Filosofia ф E.E. Três Poderes Prof. Caetano Trindade

Por favor, escolha um dos temas.

(Obs: o texto deve ser no mínimo 25 linhas e no máximo 50).

Tema A - Ideologia

“(...) a ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (idéias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer. (...) a função da ideologia é a de fornecer aos membros da sociedade o sentimento da identidade social, encontrando certos referencias identificadores de todos e para todos, como, por exemplo, a Humanidade, a Liberdade, a Igualdade, a Nação, ou o Estado”. (M. Chaui, O que é ideologia, p.113).

Questão 1: Releia a definição segundo Chauí e responda: O que é? Para que serve? Por que surge?

Tema B – O Conhecimento

“Pedimos somente um pouco de ordem para nos proteger do caos. Nada é mais doloroso, mais angustiante do que um pensamento que escapa a si mesmo, idéias que fogem, que desaparecem apenas esboçadas, já corroídas pelo esquecimento ou precipitadas em outras, que também não dominamos.” (Deleuze e Guattari)

Questão 2: Faça uma pesquisa para distinguir os diferentes estados de espírito em relação à verdade: ignorância; erro; falsidade; opinião; dúvida; probabilidade; certeza; crença.

Tema C – Teorias do Conhecer

“O filósofo é crítico, embora não seja cético. Não desespera da verdade, mas recusa todas as certezas, considerando-as provisórias e sujeitas a serem relativizadas por novos argumentos.” (Rouanet) Questão 3: Interprete a citação acima respondendo: O que é um filósofo cético? Quando seria dogmático?

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O mito da caverna (Platão)

"Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas a frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ele e os prisioneiros – no exterior, portanto – há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte frontal de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela os prisioneiros enxergam na parede no fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginavam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna.Que aconteceria -indaga Platão- se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.Num primeiro momento ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda a sua vida, não vira senão sombra de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade.Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.
Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade.
O que é a caverna? O mundo em que vivemos. Que são as sombras das estatuetas? As coisas materiais e sensoriais que percebemos. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo. O que é a luz exterior do sol? A luz da verdade. O que é o mundo exterior? O mundo das idéias verdadeiras ou da verdadeira realidade. Qual o instrumento que liberta o filósofo e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A dialética. O que é a visão do mundo real iluminado? A Filosofia. Por que os prisioneiros zombam, espancam e matam o filósofo (Platão está se referindo à condenação de Sócrates à morte pela assembléia ateniense)? Porque imaginam que o mundo sensível é o mundo real e o único verdadeiro."